A hepatite C é endêmica no Camboja, contudo, o acesso ao diagnóstico e tratamento é praticamente inexistente. Após três anos de colaboração com o hospital Preah Kossamak, na capital, Phnom Penh, e a introdução do diagnóstico e tratamento simplificados, Médicos Sem Fronteiras (MSF) repassou essas atividades ao departamento de hepatologia do hospital em junho. Continuamos tratando pacientes no Hospital Municipal de Referência com o objetivo de identificar barreiras no acesso ao atendimento para hepatite C no contexto urbano.

MSF ampliou os tratamentos de hepatite C em dois distritos rurais na província de Battambang. A equipe continuou a trabalhar na identificação de estratégias de triagem mais eficientes – como, por exemplo, a busca ativa de casos – para comunidades que desconhecem a doença.

Nossa equipe participou de um grupo de trabalho técnico sobre hepatite viral que resultou no desenvolvimento de um plano nacional estratégico de cinco anos, além de diretrizes clínicas para hepatite C/hepatite B, com base nas evidências fornecidas pelas atividades de MSF. O plano foi endossado pelo Ministério da Saúde do Camboja e representa passos importantes no combate à hepatite C no país.

Em maio, organizamos em Phnom Penh um workshop com grande número de participantes para compartilhar as lições aprendidas em nosso bem-sucedido projeto de malária no norte do Camboja. No mês seguinte, repassamos o projeto à ONG Malaria Consortium e ao governo. O projeto incluiu triagem passiva, em que os pacientes visitam centros de saúde por sua própria iniciativa; triagem proativa (a detecção de casos de malária por profissionais de saúde entre as comunidades e famílias); e triagem reativa, envolvendo pessoas potencialmente ligadas a casos confirmados.